Seguidores

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Formação Básica Continuidade - Formação aplicada dia 15/04/2012

b.2) Jesus conduzido pelo Espírito Santo Por qual motivo o Espírito Santo estava ungindo o Filho? “O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração...” Lc 4:18 Ao Pai ele obedecia, quem o conduzia era o Espírito Santo; b.3) Prática dos carismas no ministério terreno de Jesus A presença dos carismas no ministério de Jesus está ligada à sua condição humana; Incursão na Doutrina da Igreja sobre a condição humana de Jesus! Na humanidade de Cristo, portanto, tudo deve ser atribuído à sua pessoa divina como ao seu sujeito próprio; não somente os milagres, mas também os sofrimentos, e até a morte: "Aquele que foi crucificado na carne, nosso Senhor Jesus Cristo, é verdadeiro Deus, Senhor da glória e Um da Santíssima Trindade”. Catec 468 Jesus, sendo Deus, não se prevaleceu de sua condição divina para cumprir sua missão aqui na terra. (Fl 2) Os discípulos de Jesus partiram de sua humanidade para chegar à sua divindade: Simples carpinteiro; Profeta como Moisés, Elias ou João Batista; Depois, pelo Batismo, Filho de Deus; No ápice, pela morte, redescobriram sua humanidade; Com a ressureição: divindade X humanidade (corpo espiritual). Jesus realizou prodígios como Deus ou como ser humano? Se fosse somente como Deus, não haveria a presença dos carismas no seu Ministério! O carisma é uma forma de Deus agir por meio dos seres humanos que se colocam à sua disposição! O desejo de Jesus era que os discípulos percebessem que também eram capazes de realizar prodígios sob a unção do Espírito Santo b.4) Jesus batiza os discípulos no Espirito Santo Jesus viveu sob a unção do Espírito Santo e sabia que os discípulos só poderiam levar diante sua missão se também agissem sob a mesma unção. “O discípulo não é superior ao mestre, mas todo discípulo perfeito será como seu mestre” (Lc 6, 40). “Eu vos mandarei o Prometido de meu Pai; entretanto, permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24, 49). Pentecostes (At 2, 1-4). Consumado. O Enviado do Pai termina sua missão. Agora a obra repousa sobre os ombros daqueles que foram batizados. c) Fundamento relativo à vida da Igreja A Espiritualidade que produziu na Igreja uma grande riqueza de dons foi gerada pelo próprio Espírito Santo; Estes dons (sinais) estão detalhados nos Atos dos Apóstolos; Essa espiritualidade “carismática” continuou vigorosa no período subapóstolico (70-135), atingindo em cheio a patrística (ensinamento dos primeiros padres da Igreja), passando pela era Medieval, a Idade Moderna e chegando aos nossos dias; Ocorre que, a partir do século VI, após o Papa Gregório Magno ter emitido sua opinião, não ex cathedra (infalibilidade papal), mas sim como teólogo, passou-se a não valorizar as manifestações sensíveis do Espírito. Os estudiosos após o Papa Gregório Magno não se animaram a aprofundar a investigação sobre o tema por terem a opinião do Papa como indiscutível. Mas é certo que existe uma linha contínua a ligar a experiência carismática dos Apóstolos com a nossa, sem interrupção. Por isso, podemos afirmar que “os carismas nunca estiveram ausentes da Igreja”. O próprio reconhecimento da Renovação Pentecostal Carismática pela Igreja é uma prova disto. Durante a Segunda Conferência Internacional de Líderes da RCC realizada em Roma, em 1975, Paulo VI, entre outras coisas, disse o seguinte: “Ao se reunir em Roma, os integrantes da Renovação quiseram dar um testemunho de sua fé e fidelidade à Igreja e ao Papa, expressar o desejo de ser dóceis para que o Espírito Santo os usasse como instrumentos para a renovação da Igreja, celebrar em oração a festividade do Pentecostes, próximos do sucessor de Pedro, e aproveitar alegremente o Ano Santo como graça para cada ano, para a Igreja e para o mundo.” Em outra oportunidade, falou assim: “Deve ocorrer uma renovação, um rejuvenescimento do mundo. Deve ocorrer de novo uma espiritualidade, uma alma, um pensamento religioso no mundo; os lábios fechados à oração devem se abrir de novo, abrir-se ao canto, à alegria, ao hino, ao testemunho. Será verdadeiramente uma grande fortuna para nosso tempo e para nossos irmãos que haja toda uma geração, vossa geração de jovens, que grite ao mundo as grandezas de Deus em Pentecostes.” d) Fundamento jurídicos-canônicos Código de Direito Canônico: Não menciona movimentos eclesiais, mas “associações”, reconhecendo o direito civis de reunião e associação, conforme os cânones 215 e 26 – “Os fiéis têm o direito de fundar e dirigir associações para fins de caridade e piedade, ou para favorecer a vocação cristã no mundo” e de “... promover e sustentar a atividade apostólica...” Cân. 214: “Os fiéis têm o direito de prestar culto a Deus segundo as determinações do próprio rito aprovado por legítimos Pastores da Igreja e de seguir sua própria forma de vida espiritual, conforme , porém, a doutrina da Igreja” Doc. 53 da CNBB: Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica “Entre os vários movimentos de renovação espiritual e pastoral do tempo pós-conciliar, surgiu a RCC que tem trazido novo dinamismo e entusiasmo para a vida de muitos cristãos e comunidades... Reconhecendo-se a presença da RCC em muitas Dioceses e também a contribuição que tem trazido à Igreja no Brasil, é preciso estabelecer o diálogo fraterno no seio da comunidade eclesial, apoiando o sadio pluralismo, acolhendo a diversidade de carismas e corrigindo o que for necessário”. OFENSIVA NACIONAL ** OFENSIVA NACIONAL DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA TOMAR A PALAVRA EM EFÉSIOS 2,10 DEUS ELE PLANEJA A NOSSA SALVAÇÃO; NÃO É FÁCIL ACOLHER A DIREÇÃO DIVINA EM TRABALHOS PASTORAIS; FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER! A MISSÃO DE S. PEDRO – O EVANGELHO NÃO ERA SÓ PARA O JUDEUS – O IMPULSO DO SENHOR EM ALERTA, INTERVIR NA VIDA DELE TOMAR A PALAVRA EM ATOS 16, 1-10 QUANDO ACATAMOS SUAS DECISÕES, O NOSSO TRABALHO SERÁ CONFIRMADO PELOS SINAIS PRECISAMOS TORNAR PROCURADORES DE CRISTO O ESPÍRITO SANTO É A NOSSA CARTA DE PROCURAÇÃO PARA TORMAMOS POSSE DAS ATIVIDADES DE JESUS; CONCEITO DE OFENSIVA NACIONAL LEMBRA UM FATO OCORRIDO NO PAÍS NA DÉCADA DE SESSENTA – SURTO DE VARÍOLA OFENSIVA É UM TERMO EMPRESTADO DA DOUTRINA DAS FORÇAS ARMADAS TODA MOBILIZAÇÃO, FORÇA COORDENADA DEVE SER APLICADA PARA O COMBATE; NAPOLEÃO FOI HUMILHADO PELA FALTA DE COORDENAÇÃO OFENSIVA NACIONAL DA RENOVAÇÃO É NO MINÍMO INSPIRADO POR DEUS AS EXPRESSÕES DA RCC DEVERÃO AGIR EM CONJUNTO MAS QUE TODOS DESEMPENHEM AS SUAS FUNÇÕES PARTICULARES DIANTE DAS PROFECIAS O CONSELHO NACIONAL TRANÇOU PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A ELE DEU O NOME DE OFENSIVA NACIONAL PRINCÍPIOS DA OFENSIVA UNIDADE IDENTIDADE MISSÃO UNIDADE DEVE SER BUSCADA ATÉ A ÚLTIMA GOTA DE SUOR; BUSCADA ATÉ O ÚLTIMO SUSPIRO ELA É FUNDAMENTAL PARA REALIZARMOS A VONTADE DE DEUS O QUE ATACA A UNIDADE? UNIDADE É SER UMA SÓ ALMA UM SÓ CORAÇÃO REALIZAR TAREFAS EM UNIDADE CADA TAREFA OU MISSÃO QUE SE CUMPRE É UM TIJOLO QUE É ASSENTADO NO EDIFÍCIO DA UNIDADE O TIJOLO VAI PRECISAR DE CIMENTO PARA NÃO CAIR O QUE VEM SER ESSE CIMENTO? EXPRESSÕES DA RCC PESSOAS MARCADAS PELO MERCADO, COM SENTIMENTOS, EMOÇÕES, RAZÃO, VIRTUDES, MARCAS PSICOLÓGICAS VOCÊ NÃO É OFENSIVA E NEM ENGREAGEM MAS UM DENTE DA ENGRENAGEM IMPORTANTÍSSIMO; ENGRENAGEM DO AMOR UNIDADE IDENTIDADE INTEGRA A PERSONALIDADE DOS SERES VIVOS O QUE COMPÕEM A SUA IDENTIDADE? BATISMO NO ESPÍRITO SANTO PRÁTICA DOS CARISMAS FORMA DE VIDA COMUNITÁRIA – GO TUDO ISSO FAZ COM QUE SEJAMOS MAIS INSERIDOS NO SEIO DA IGREJA COM VIGOR E SEGURANÇA SEM NOS DESCARACTERIZARMOS COMO MOVIMENTO LEIGO MISSÃO MATEUS 28,19-20 DOCUMENTO CHRISTIFIDELIS LAICI, 33 MATHEUS 12, 30 MARCOS 9,38-40

Parte do Conteúdo da Formação Básica aplicada dia 15/04/2012

A Espiritualidade da Renovação Carismática Católica: “O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento”. Os 4,6 As dúvidas geram inseguranças; cristão inseguro não assume sua fé e se perde; O que é e em que se baseia a Espiritualidade da RCC? O “criador” da RCC; “A Renovação Carismática é uma graça com várias manifestações na Igreja Católica, de caráter mundial, mas não uniforme, nem unificado, não possuindo um fundador particular, nem um grupo de fundadores.” Preambulo do Estatuto do Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica; Reconhecimento pontifício: 14.09.1993, aprovação do Estatuto como "um corpo para a promoção da Renovação Carismática Católica, com uma personalidade jurídica", segundo o Cânone 116 do Código de Direito Canónico; Quando surgiu a RCC como movimento Pentecostal? Em Pentecostes Espiritualidade, Conceito Qualidade daquilo que é espiritual: a espiritualidade da alma. Teologia Prática, exercícios devotos que têm por objeto a vida espiritual: livro de espiritualidade. Forma particular ou comunitária de responder ao chamado de Deus, bem como de colaborar no Seu plano de salvação; Modo específico de relacionar-se com Deus-Pai, Deus-Filho, Deus-Espírito Santo, com a Igreja, Corpo Místico de Cristo, em sua expressão terrena e celestial e com as pessoas que ainda não participam da Igreja, a partir de uma experiência pessoal de salvação (experiência religiosa) “Guias indispensáveis para os fiéis, refletindo, na sua rica diversidade, a pura e única Luz do Espírito Santo” (Catec. nº 2.684); Este relacionamento implica necessariamente a fraternidade e o serviço em prol do bem comum, tendo em vista a Economia da Salvação, isto é, o Plano de Deus para a salvação do homem todo e de todos os homens; Espiritualidade da RCC Conceito: A espiritualidade da RCC é TRINITÁRIA e nasce a partir de uma experiência pentecostal de quem participa da salvação do Pai, na pessoa do Seu Filho Unigênito, nosso Senhor Jesus Cristo, tendo como antecedente histórico o Pentecostes dos primeiros Apóstolos de Jesus Ressuscitado; reaviva a experiência sacramental e a sua vivência, a começar pelo batismo, principalmente no sentido de morrer com Cristo e com Ele ressuscitar; fixa inteiramente os fiéis no projeto de instauração do Reino de Deus, como filhos Seus, sujeitos ativos da história da salvação, co-herdeiros de Cristo; gera também uma consciência viva do poder e da ação concreta do Espirito Santo na vida pessoal e na história da redenção do homem, acompanhada de docilidade às suas moções, inspirações e revelações, tendo a aceitação e a prática dos carismas como forte distintivo das outras espiritualidades. b) Elementos do conceito TRINITÁRIA – uma vez que contempla, em sua prática, o relacionamento com as três Pessoas Santíssimas, nosso Deus Trino e Uno As pessoas divinas são realmente distintas entre si. "Deus é único, mas não solitário". "Pai", "Filho", "Espírito Santo” não são simplesmente nomes que designam modalidades do ser divino, pois são realmente distintos entre si: "Aquele que é o Pai não é o Filho, e aquele que é o Filho não é o Pai, nem o Espírito Santo é aquele que é o Pai ou o Filho". São distintos entre si por suas relações de origem: "E o Pai que gera, o Filho que é gerado, o Espírito Santo que procede". Catec 254 b.2) Experiência Pentecostal A RCC é pentecostal; Os Objetivos centrais da Renovação Carismática Católica ou Renovação Pentecostal Católica, como também é chamada, ... Estatuto do Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica (aprovação da Igreja); “... A RCC surgiu da expectativa de um Pentecostes atual. Por isso, a RCC pode ser definida em forma sintética como “Um Pentecostes hoje”. Salvador Carrilo b.3) Antecedente histórico Nossa espiritualidade está diretamente ligada às experiências pentecostais que o Espírito Santo concedeu aos Apóstolos; Como sabemos que as graças de hoje estão ligadas ao Pentecostes dos Apóstolos? Frutos O Pentecostes atual é, em verdade, a retomada, a continuação daquele que aconteceu na aurora da Igreja. Porque alguns consideram mais o Pai, outros o Filho e ainda outros o Espírito Santo? b.4) Reavivamento sacramental Batismo: purificação dos pecados e o nascimento no Espírito Santo, entre outras graças; Efusão do Espírito Santo: consciência de que somos realmente pecadores e necessitados da salvação. Isso nos levar a aceitar incondicionalmente o perdão de nossos pecados e nossa salvação e purificação mediante o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo; Consciência clara de nossa filiação divina É deixar de “saber” que “poderia” ser filho de Deus e se descobrir realmente e experimentar a graça de sentir-se filho de Deus Celebrações Eucarísticas; Crismas; Confissões: Ordem. Outros movimentos/pastorais b.5) Consciência do poder e da ação do Espírito Santo O Espírito Santo age em todos; Outros movimentos/pastorais b.6) Docilidade ao Espírito Santo O cristão mais consciente deseja ser dócil ao Espírito Santo; Cultura do individualismo e liberdade absoluta; b.7) Prática dos carismas: distintivo de nossa espiritualidade A prática dos carismas tem sido nossa marca; É esta prática dos carismas que acabou se tornando o elemento que distingue nossa espiritualidade das demais. Fundamentação Teológica da RCC conceito: Fundamentação: colocar fundamento, base, alicerce, sustentação radical, segurar; Teologia: Estudo da religião e das coisas divinas. A palavra vem do grego theos, que significa Deus, e logos, descrição, e refere-se apenas à interpretação da doutrina de Deus. Se baseia na vida de Jesus de Nazaré e na vida da Igreja Primitiva e que, por isso, decorre necessariamente do exemplo do Filho do Homem e de sua Igreja, desde a sua fundação até os dias de hoje. a) Fundamentos relativos à nossa espiritualidade Encontro Latino-Americano para estudar a RCC: de 1º a 04.09.19987 – 109 arcebispos, bispos e prelados; Documento para a Renovação Pentecostal, com o primeiro capítulo voltado à fundamentação teológica da RCC; “A base teológica da Renovação é essencialmente trinitária (...) A grande fundamentação teológica da Renovação espiritual carismática está, portanto, no Ministério Trinitário, e particularmente no conhecimento progressivo da Pessoa do Espirito Santo e em sua ação insubstituível e ininterrupta na Igreja e em cada um de nós”. Comissão Nacional de Serviço da RCC dos Estados Unidos convocou a “Conferência do Coração da Igreja de teólogos e lideres pastorais”, realizada de 6 a 11.05.1990; Batismo no Espírito Santo: centro da Espiritualidade da RCC Documento “Avivar a Chama”: encontramos alicerce seguro para o Batismo no Espírito Santo, bem como para sua ligação direta com o batismo sacramental e a Crisma, sacramentos da iniciação cristã. Parte final do documento: Se vivemos pelo Espírito, sigamos também o Espírito” (Gl 5, 25). Em conclusão, todos são chamados a avivar a chama do dom do Espírito Santo recebido nos sacramentos de iniciação. Deus nos dá livremente esta graça, mas ela exige uma resposta pessoal de contínua conversão à Autoridade de Jesus Cristo e receptividade à presença e ao poder transformadores do Espírito Santo. Somente no Espírito Santo a Igreja será capaz de satisfazer suas necessidades pastorais e as necessidades do mundo. O desafio está diante de nós e as conseqüências são claras: Sem o Espírito Santo, Deus se afasta; Cristo fica no passado; o Evangelho é letra morta; a Igreja é mera instituição; a autoridade é questão de prepotência; a missão, questão de propaganda; a liturgia nada mais que uma evocação; o modo de viver cristão, virtude de escravos. Mas no Espírito Santo: o cosmos se reanima e geme com as dores de nascimento do reino, o Cristo ali está; o Evangelho é o poder da vida; a Igreja manifesta a vida da Trindade; a autoridade é um serviço de libertação; a missão é momento comemorativo e também antecipação; a ação humana é divinizada. Ação do Espírito Santo A espiritualidade carismática inicia-se, para as pessoas, quando se passa pela experiência de Pentecostes; Mas ela já é encontrada desde o Velho Testamento: Nm 11, 24-30 (Moises e 70 anciãos): “Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito”. Joel 2, 28-29: “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito”. b) Fundamentos relativos ao exemplo de Jesus b.1) Jesus pleno do Espírito Santo Os Evangelhos testemunham que Jesus era pleno do Espírito Santo e a Igreja confirma; Os apóstolos tanto acreditaram nisso que, após a ascensão do Senhor, este permaneceram em Jerusalém aguardando, em oração, a vinda do mesmo Espírito sobre eles.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Documento 53 da CNBB Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica

Em várias oportunidades, no decorrer dos últimos anos, a Renovação carismática católica tem merecido a atenção de nossos bispos. A 32ª Assembléia geral da CNBB, em abril de 1994, começou a estudar um projeto de orientações pastorais sobre a Renovação carismática católica, elaborado após ampla consulta a todas as dioceses do País. Dado o acúmulo de trabalhos, a Assembléia não pôde concluir o estudo, delegando à presidência, comissão episcopal de pastoral e ao conselho permanente o prosseguimento do mesmo até sua aprovação final.

Uma nova comissão episcopal foi constituída e retomou o trabalho em diálogo com a Comissão Nacional da RCC e com bispos e padres a ela mais ligados. Outras colaborações foram igualmente pedida e recebidas. A partir de tudo isso, a comissão elaborou um novo texto enviado à Presidência e CEP e por elas cuidadosamente estudado. As sugestões apresentadas levaram a comissão a reelaborar o texto, resultando numa segunda redação significativamente modificada. Enviado previamente a todos os membros do Conselho Permanente, o texto foi reescrito a partir das indicações feitas. Foi, portanto, uma terceira redação do texto que o Conselho discutiu, modificou e votou em sua reunião de novembro deste ano, aprovando-o por unanimidade de seus membros.

É o resultado desse longo e cuidadoso trabalho que a CNBB entrega, agora, às Igrejas particulares rogando a Maria, Mãe da Igreja, possam estas orientações pastorais contribuir para o crescimento da comunhão e do ardor missionário de nossas comunidades, dos membros da RCC e de todos fiéis.

Brasília, 27 de novembro de 1994, 1º domingo do advento do Senhor

Dom Antonio Celso Queiroz - Secretário-geral da CNBB

INTRODUÇÃO

1 - Como pastores da Igreja católica no Brasil, nós Bispos nos dirigimos a todos os fiéis, propondo uma reflexão sobre a Renovação carismática católica (RCC). De modo especial nos dirigimos aos fiéis que nela têm encontrado meios de crescimento em sua vida espiritual e apostólica.

2 - O Espírito Santo anima e sustenta a vitalidade da Igreja em sua dupla dimensão fundamental de comunhão e missão. Ele suscita, orienta e assiste os grandes acontecimentos eclesiais como o Concílio ecumênico, os sínodos episcopais, as Conferências dos bispos e de outros membros do povo de Deus, as assembléias diocesanas e outras... Ele sustenta também toda a grande obra missionária no mundo. É o mesmo Espírito que faz brotar sempre novas iniciativas no seio do povo de Deus. Entre os vários movimentos de renovação espiritual e pastoral do tempo pós conciliar, surgiu a RCC que tem trazido novo dinamismo e entusiasmo para a vida de muitos cristãos e comunidades.

3 - Como Bispos, procuramos estar sempre atentos à ação do Espírito, ajudando os cristãos a valorizá-la. Freqüentemente enfatizamos algum aspecto determinado da vida da Igreja que necessita de especial estímulo ou cuidado. É assim que, neste ano temos incentivado nossas comunidades para a celebração do ano missionário. Recentemente refletimos também com as CEBs ajudando-as a prosseguirem fiéis em seu caminho. Nossa missão nos leva também a ajudar a discernir as verdadeiras moções do Espírito, incentivando tudo aquilo que contribui para crescimento da Igreja e a realização da sua missão. Em tudo, a busca da fidelidade deve ser constante, busca realizada na humildade e em espírito de comunhão.

4 - As orientações fundamentais que aqui propomos para a RCC são válidas e necessárias também para todas as comunidades em geral e para os demais movimentos e organismos de Igreja. Todos devemos aprofundar nossa vivência eclesial, valorizando os novos caminhos que o Espírito suscita e evitando deturpações e atitudes parciais que dificultam a comunhão eclesial.

5 - Nossa reflexão parte de uma meditação sobre o Espírito Santo no mistério e na vida da Igreja, e se desdobra a seguir com orientações pastorais sobre a Igreja Particular, a Leitura e Interpretação da Bíblia, a liturgia, e as dimensões da fé. Finalizamos com algumas indicações de ordem mais prática e concreta.

6 - Este texto é oferecido aos membros da RCC para ser refletido e aprofundado. Ele quer ser ponto de referência para um diálogo constante dos pastores com os fiéis nos vários níveis da vida de Igreja.

O ESPÍRITO SANTO NO MISTÉRIO E NA VIDA DA IGREJA

7 - O Mistério da Igreja surge na história pela missão do Filho de Deus e do Espírito Santo. Enviado pelo Pai, o Verbo Divino assume a natureza humana para instaurar o Reino de Deus na terra e instituir a Igreja a seu serviço, como "germe e princípio" desse Reino (cf. LG. 5b). Enviado pelo Pai e pelo Filho, o Espírito Santo vivifica a Igreja e a faz crescer como Corpo Místico de Cristo (LG. 8).

8 - Estando para consumar a obra que o Pai lhe confiara, Jesus promete o envio do Espírito Santo que continua e aprofunda a própria missão de Cristo (cf. Jo. 14,17.26). Ele não falará por si mesmo, mas ensinará e recordará aos discípulos tudo o que Jesus lhes disse (cf. Jo. 14,26). Ele glorificará Jesus porque receberá o que é de Jesus e o comunicará (cf. Jo. 16,14).

9 - Em Pentecostes, pela força do Espírito Santo, os Apóstolos se tornam testemunhas da Ressurreição (cf. At. 1,8; 5,32) e a Igreja-comunhão inicia a sua missão, espalhando-se pelo mundo com dons e carismas diferentes. "Jesus continua sua missão evangelizadora pela ação do Espírito Santo, o agente principal da evangelização, através de sua Igreja" (CNBB - Doc. 45, 255). O Espírito Santo, protagonista de toda missão eclesial (RMi, 21) leva a Igreja a "evangelizar com renovado ardor missionário".

10 - O Espírito Santo é o intercessor que nos introduz na vida da Trindade, para a realização do projeto de Deus, na adoção filial, na glorificação dos filhos de Deus e da própria criação (cf. Rm. 8,19 - 27). Faz de cada cristão uma testemunha (cf. At. 1,8 e 5,32), gera dinamismo interior nos Apóstolos, tornando-os os primeiros evangelizadores na expansão missionária da Igreja, realiza a unidade entre os que crêem para que sejam "um só coração e uma só alma" (At. 4,32) e para permanecerem unidos "na doutrina dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações" (At, 2,42). Habitando em nós (cf. Rm. 8,9), faz morrer as obras do pecado (cf. Rm. 8,12). Ele comunica a verdadeira paz, que é comunhão na vida feliz de Deus. É Aquele que "vem em auxilio de nossa fraqueza porque nem sabemos o que convém pedir" (Rm. 8,26).

11 - O cristão, pela graça batismal, é introduzido na intimidade da vida trinitária, partilhando da sua riqueza na comunidade eclesial. A plena comunhão da Trindade manifesta-se na Comunidade-Igreja e oferece vida nova (cf. 2Pd. 1,4; Ef. 4,24; Col. 3,10) de relacionamento de filhos com o Pai (Gal. 4,6).

12 - Quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo faz de sua vida um testemunho de Jesus Bom Pastor (cf. Jo. 10,10). Não poderá, portanto, retirar-se dos problemas e ambigüidades da convivência humana, mas buscará construir fraternidade. "Não são os que dizem Senhor, Senhor que entrarão no Reino de Deus, mas os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt. 7,21).

13 - O Espírito ensina, santifica e conduz o povo de Deus através da pregação e acolhida da Palavra, da celebração dos sacramentos e da orientação dos pastores. Distribui também graças ou dons especiais "a cada um como lhe apraz" (1Cor. 12,11), sempre "para a utilidade comum". Por essas graças, Ele "os torna aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios, que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja (cf. 1Cor. 12,2; LG. 12b).

14 - O Espírito Santo distribui seus dons aos fiéis, de tal forma que ninguém possui todos eles, como ninguém está totalmente privado deles (cf. 1Cor. 12,4 ss.). Esses dons são sempre para o serviço da comunidade (cf 1Cor. 14). Não é a experiência dos carismas que exprime a perfeição da salvação, mas a caridade que deve perpassar toda a vida do cristão (cf. Mc. 12, 28 - 31; 1Cor. 13). Procurá-la é o primeiro e melhor caminho para a edificação do Corpo de Cristo que é a Igreja (cf. 1Cor. 12,31 - 13,13; LG. 42; AA. 3).

15 - Hoje Ele continua renovando a Igreja através de múltiplas e novas expressões de fé e coerência cristã. Podemos enumerar como frutos do Espírito os novos sujeitos da evangelização; a expansão e vitalidade das CEBs; movimentos de renovação espiritual e pastoral; a própria RCC; o engajamento de leigos na transformação da sociedade; a leitura da Bíblia à luz das situações vividas na comunidade; a liturgia mais participada com a riqueza de seus ritos e simbologia; a busca de evangelização inculturada; a fidelidade de muitos na vida quotidiana; as lutas do povo para a implantação dos direitos humanos; a prática da justiça e da promoção social (cf. CNBB - Doc. 45, 301 - 302).

ORIENTAÇÕES PASTORAIS

A) A Igreja particular

16 - O Concílio Vaticano II ensina que a Igreja Particular é uma porção do Povo de Deus, confiada a um Bispo para que a pastoreie com a cooperação do presbitério e dos diáconos. Nela verdadeiramente reside e opera a Una, santa, católica e apostólica Igreja de Cristo (cf. CD 11).

17 - "Conforme o próprio Concílio Vaticano II, a comunidade eclesial é edificada pelo Espírito Santo, mediante o anúncio da Palavra (Evangelho), a celebração da eucaristia e dos outros sacramentos, a vida de comunhão do Povo de Deus com seus carismas e ministérios, entre os quais sobressai o ministério episcopal-presbiteral-diaconal, que tem a responsabilidade de garantir os laços que unem a comunidade de hoje com a Igreja apostólica e com o projeto missionário, evangelizador, que lhe é confiado até o fim dos tempos" (CNBB, Doc. 45, nº 196).

18 - A liberdade associativa dos fiéis é reconhecida e garantida pelo direito canônico e deve ser exercida na comunhão eclesial. O papa João Paulo II, na sua Exortação apostólica Christifideles Laici (n. 30), aponta critérios fundamentais para o discernimento de toda e qualquer associação dos fiéis leigos na Igreja, que podem ser aplicados a todos os grupos eclesiais:


o primado dado à vocação de cada cristão à santidade, favorecendo e encorajando "uma unidade íntima entre a vida prática dos membros e a própria fé" (AA, 19);


a responsabilidade em professar a fé católica, no seu conteúdo integral, acolhendo e professam do a verdade sobre Cristo, sobre a Igreja e sobre a pessoa humana;


o testemunho de uma comunhão sólida com o papa e com o bispo, e na "estima recíproca de todas as formas de apostolado da Igreja" (AA. 23);


a conformidade e a participação na finalidade apostólica da Igreja, que é a evangelização e santificação dos homens... de modo a permear de espírito evangélico as várias comunidades e os vários ambientes (cf. AA. 20);


o empenho de uma presença na sociedade humana a serviço da dignidade integral da pessoa humana, mediante a participação e solidariedade, para construir condições mais justas e fraternas no seio da sociedade.

19 - Reconhecendo-se a presença da RCC em muitas dioceses e também a contribuição que tem trazido à Igreja no Brasil, é preciso estabelecer o diálogo fraterno no seio da comunidade eclesial, apoiando o sadio pluralismo, acolhendo a diversidade de carismas e corrigindo o que for necessário.

20 - Nenhum grupo na Igreja deve subestimar outros grupos diferentes, julgando-se ser o único autenticamente cristão.

21 - A RCC assuma com fidelidade as diretrizes e orientações pastorais da CNBB. A coordenação nacional da RCC terá um bispo designado pela CNBB, como seu assistente espiritual, que lhe dará acompanhamento e ajudará nas questões de caráter nacional, zelando pela reta aplicação desta orientações pastorais, sem prejuízo da autoridade de cada bispo diocesano.

22 - A RCC assuma também as opções, diretrizes e orientações da Igreja particular onde se faz presente, evitando qualquer paralelismo e integrando-se na pastoral orgânica.

23 - Os bispos e os párocos procurem dar acompanhamento à RCC diretamente ou através de pessoas capacitadas para isso. Por sua vez, a RCC aceite as orientações e colabore com as pessoas encarregadas desse acompanhamento.

24 - Os membros da RCC participem dos encontros, cursos, círculos bíblicos e outras atividades pastorais e de formação promovidos pelas Igrejas particulares, bem como dos momentos fortes que marcam a vida eclesial, tais como Campanha da fraternidade, mês da Bíblia, mês missionário, preparação de Natal e outros.

25 - Deve-se também reconhecer a legitimidade de encontros e reuniões específicos da RCC, nos quais seus membros buscam aprofundar sua espiritualidade e métodos próprios, dentro da doutrina da fé e da grande comunhão da Igreja católica.

26 - As Equipes de coordenação da RCC integradas às diversas instâncias pastorais da Igreja Particular, visem uma comunhão plena com as comunidades, associações, pastorais específicas, serviços e organismos existentes na diocese, respeitando-os, valorizando-os, reconhecendo-os e colaborando com elas na busca de uma autêntica articulação pastoral (cf. CNBB - Doc. 45, 295 e 296).

27 - Os grupos de oração alimentem o espírito de comunhão eclesial, busquem o crescimento na fé e a perseverança de seus participantes levando-os a um efetivo compromisso na evangelização engajando-se na comunidade, paróquia e diocese.

28 - As tarefas de coordenação, animação de grupos e de evangelização sejam confiadas a pessoas adequadamente preparadas e de comprovada vivência cristã.

29 - Evite-se na RCC a utilização de termos já consagrados na linguagem comum da Igreja e que na RCC assumem significado diferente, tais como pastor, pastoreio, ministério, evangelizador e outros.

30 - O programa recentemente lançado pela RCC no Brasil, intitulado "ofensiva nacional", assuma o objetivo e as Diretrizes gerais da ação pastoral da Igreja no Brasil. Seus projetos só poderão ser implantados em sintonia com os organismos pastorais da diocese.

31 - Os convites a pessoas de outras dioceses para conferências, palestras, seminários e outros eventos, sejam feitos com a devida anuência do bispo diocesano ou de quem for por ele indicado.

32 - Os manuais de oração, livros de estudos bíblicos e de formação doutrinal, dada sua importância pastoral, tenham aprovação eclesiástica.

B) Leitura e Interpretação da Bíblia

33 - A Palavra de Deus é a própria presença do Deus que fala: "Escrutai as Escrituras... elas dão testemunho de mim" (Jo. 5,39). Cristo, Evangelho vivo do Pai, não só é o centro da Bíblia, mas também seu intérprete (cf. Lc. 24,13-35). A "Igreja venera as divinas Escrituras como o próprio Corpo do Senhor" (DV, 21). E não apenas transmite a Palavra de Deus, mas também a interpreta (cf. PCB, 127).

34 - A Bíblia manifesta o Plano salvífico de Deus de modo unitário. Por isso, não se podem utilizar textos ou palavras, sem referência ao contexto e ao conjunto da Bíblia (cf. PCB, 142).

35 - Para não prejudicar uma reta leitura da Bíblia, é preciso estar atentos para não cair, entre outros, nos seguintes perigos:

1º) O fundamentalismo, que é fixar-se apenas no que as palavras dizem "materialmente" sem respeitar o contexto nem a contribuição das ciências bíblicas;

2º) O intimismo, que é interpretar a Bíblia de modo subjetivo, e até mágico, fazendo o texto dizer o que não era intenção dos autores sagrados. Sobre isso, sigam-se as orientações do Magistério, especialmente o recente documento da Pontifícia comissão bíblica sobre a interpretação da Bíblia na Igreja.

36 - É urgente a formação doutrinal de todos os fiéis, seja para o natural dinamismo da fé, seja para iluminar com critérios evangélicos os graves e complexos problemas do mundo contemporâneo (ChL, 60). Dê-se especial importância a formação bíblica, que ofereça sólidos princípios de interpretação.

37 - Estimule-se a prática da leitura orante da Bíblia (= lectio divina), fazendo dela fonte e inspiração de nosso encontro com Deus e com os irmãos.

C) Liturgia

38 - "Na Liturgia, especialmente na eucaristia, celebra-se a realidade fundamental da Páscoa: morte e ressurreição de Jesus Cristo, morte e ressurreição do batizado com Cristo. Na ação litúrgica, devem encontrar espaço todas as realidades da vida quotidiana do cristão, pois é com todos os aspectos da sua pessoa que ele tem de passar deste mundo ao Pai. Ao participar na celebração, o cristão terá presente suas aspirações, alegrias, sofrimentos, projetos, bem como os de todos os seus irmãos. E colocará todas estas intenções na oração que sua comunidade, com toda a Igreja, dirige ao Pai, com Cristo Salvador, na unidade do Espírito Santo" (João Paulo II, Diretrizes aos bispos do Brasil - Loyola, 1991 - p. 44).

39 - "A dimensão litúrgica exprime, pois, o caráter celebrativo da Igreja. Constitui, na terra, a expressão mais significativa da comunhão eclesial. Na Liturgia, o povo de Deus encontra seu maior momento de festa e de comunhão eclesial" (CNBB - Doc. 45 , n 92). Por isso, seja dada especial atenção à formação litúrgica de todos os membros da RCC para maior compreensão e vivência do mistério e de sua expressão simbólico-ritual e ministerial, visando uma autêntica prática celebrativa, que leve em conta o espaço e o tempo litúrgico.

40 - Nas celebrações, observe-se a legislação litúrgica que, embora estabeleça normas precisas para certos momento, abre amplo espaço para a criatividade. Não se introduzam elementos estranhos à tradição litúrgica da Igreja ou que estejam em desacordo com o que estabelece o Magistério ou aquilo que é exigido pela própria índole da celebração.

41 - Na celebração da missa, não se deve salientar de modo inadequado as palavras da Instituição, nem se interrompa a oração eucarística para momentos de louvor a Cristo presente na eucaristia com aplausos, vivas, procissões, hinos de louvor eucarístico e outras manifestações que exaltem de tal maneira o sentido da presença real que acabem esvaziando as várias dimensões da celebração eucarística.

42 - Os cantos e os gestos sejam adequados ao momento celebrativo e de acordo com os critérios exigidos para a celebração litúrgica. São preciosas e oportunas as orientações do documento nº. 43 da CNBB sobre "Animação da vida litúrgica no Brasil". Procure-se distinguir cantos para uso litúrgico e cantos para encontros. Valorizem-se os hinários litúrgicos publicados pela CNBB, os livros de cantos das Igrejas particulares e outros hinários difundidos entre o povo.

43 - A celebração eucarística, a distribuição da sagrada comunhão fora da Missa e o culto eucarístico realizem-se dentro das normas litúrgicas, as diretrizes da CNBB e as orientações do Bispo Diocesano.

44 - Cuide-se para que não haja coincidência de reuniões de grupos ou outras iniciativas da RCC com a celebração da santa Missa ou outras celebrações da comunidade eclesial.

D) Dimensões da vivência da fé

45 - "Pela vivência do mistério de Cristo na vida quotidiana, o Povo de Deus aprofunda constantemente o sentido da fé" (CNBB - Doc. 45, 86). A própria dinâmica da fé comporta tanto a dimensão pessoal e subjetiva, como a comunitária. "A fé nasce do anúncio e cada comunidade eclesial consolida-se e vive da resposta pessoal de cada fiel a esse anúncio" (RMi, 44).

46 - "A experiência religioso-cristã não se realiza em mera experiência subjetiva, mas no encontro com a Palavra de Deus confiada ao Magistério e à Tradição da Igreja, nos sacramentos e na comunhão eclesial" (CNBB - Doc. 45, nº. 175). Isso faz parte do desígnio de Deus a quem aprouve "chamar os homens a participar da sua própria vida, não um a um, mas constituídos como povo, no qual seus filhos dispersos fossem reconduzidos à unidade" (AG 2)

47 - A fé não pode ser reduzida a uma busca de satisfação de exigências íntimas e de resposta às necessidades imediatas. Nem se pode propor a fé cristã sem a dimensão da cruz, inerente ao seguimento de Jesus Cristo (Cf. Lc. 14,25 - 35), caminho para a vida plena na ressurreição.

48 - É fundamental para a realização da vida cristã e da ação pastoral o sentido comunitário da fé. A formação de pessoas e de comunidades vivas e maduras na fé é resposta aos desafios da Nova evangelização e da ação missionária. A missão nasce da fé em Jesus Cristo e fortifica-se quando partilhada (cf. RM. 4 e 2).

49 - A espiritualidade cristã integra o social e o espiritual, o humano e o religioso. Não está, porém, isenta das ambiguidades e mesmo distorções que podem caracterizar as reações do psiquismo humano, seja individual, seja grupal. Por isso, evite-se alimentar um clima de exaltação da emoção e do sentimento, que enfatiza apenas a dimensão subjetiva da experiência da fé.

50 - Para expandir o projeto de Deus, o cristão deve comprometer-se com a criação de uma sociedade justa e solidária, eliminando o pecado como gerador de divisão com Deus e os irmãos. A dimensão social da fé, à luz da Doutrina Social da Igreja, requer a luta para debelar as estruturas de pecado: pessoal, comunitário, social e estrutural, e assim estabelecer o Reino de Cristo e de Deus (cf. LG. 5). Recomenda-se, pois, que membros dos grupos de oração sejam animados a assumir projetos de promoção humana e social, especialmente dos pobres e marginalizados.

51 - A evangélica opção preferencial pelos pobres é um dom do Espírito Santo à Igreja, que é também concedido, como carisma especial, a alguns grupos de cristãos leigos, a certas famílias religiosas e a muitos fiéis. Segundo a recomendação do apóstolo: "aspirai aos carismas melhores" (1Cor. 12,31), a vivência da opção pelos pobres deve ser desejada e implorada por todos como carisma precioso, a ser vivido em nossos dias, como sinal da presença do Reino.

53 - A falta de coerência entre a fé que se professa e a vida quotidiana é uma das várias causas que geram pobreza em nosso País. Os cristãos nem sempre souberam encontrar na fé a força necessária para penetrar os critérios e as decisões dos setores responsáveis pela organização social, econômica e política de nosso povo (cf. DSD 161).

E) Questões particulares

54 - Alguns temas necessitam de maior aprofundamento teológico, diálogo eclesial e orientação pastoral, tais como: Batismo no Espírito Santo, dons e carismas, dom da cura, orar e falar em línguas, profecia, repouso no Espírito, poder do mal e exorcismo.

55 - A palavra "batismo" significa tradicionalmente o sacramento da iniciação cristã. Por isso, será melhor evitar o uso da expressão "batismo no Espírito", ambígua, por sugerir uma espécie de sacramento. Poderão ser usados termos como "efusão do Espírito Santo", "derramamento do Espírito Santo". Do mesmo modo, não se utilize o termo "confirmação" para não confundir com o sacramento da Crisma (Cf. Comissão episcopal de doutrina - Comunicado mensal, Dez de 1993, 2217).

56 - Dons e carismas: O grande dom, que deve ser por todos desejado, é o da caridade: "Aspirai aos dons mais altos. Aliás, passo a indicar-vos um caminho que ultrapassa a todos..." (1Cor. 12,31-13,13). "A caridade é o primeiro dom e o mais necessário, pelo qual amamos a Deus acima de tudo e o próximo por causa dele" (LG. 42).

57 - "O Espírito Santo unifica a Igreja na comunhão e no ministério. Dota-a e dirige-a mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos" (LG. 4). O Espírito opera "pelas múltiplas graças especiais, chamadas de carismas, através das quais torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja" (Catecismo da Igreja católica, 798). Os carismas devem ser recebidos com gratidão e consolação. E não devem ser temerariamente pedidos nem se ter a presunção de possuí-los (cf. LG. 12).

58 - Haja muito discernimento na identificação de carismas e dons extraordinários. Diante das pessoas que teriam carismas especiais, o juízo sobre sua autenticidade e seu ordenado exercício compete aos pastores da Igreja. A eles em especial cabe não extinguir o Espírito, mas provar as coisas para ficar com o que é bom (cfr. 1Tes. 5,12.19.21). Assim, também no que se refere aos carismas, a RCC se atenha rigorosamente às orientações do bispo diocesano.

59 - Dom da cura: O Senhor dá a algumas pessoas um carisma especial de cura, para manifestar a força da graça do Ressuscitado. No entanto, as orações mais intensas não conseguem obter a cura de todas as doenças. São Paulo aprende do Senhor que "basta minha graça, pois é na fraqueza que minha força manifesta todo seu poder" (2Cor. 12,9), e que os sofrimentos que temos que superar podem ter como sentido "completar na minha carne o que falta às tribulações de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja" (Cl. 1,24).

60 - Ao implorar a cura, nos encontros da RCC ou em outras celebrações, não se adote qualquer atitude que possa resvalar para um espírito milagreiro e mágico, estranho à prática da Igreja Católica (cf. Eclo. 38,11-12).

61 - Nas celebrações com doentes, não se usem gestos que dão a falsa impressão de um gesto sacramental coletivo ou que uma espécie de "fluido espiritual" viesse a operar curas.

62 - O Óleo dos Enfermos não deve ser usado fora da celebração do Sacramento. Para não criar confusão na mente dos fiéis, quem não é sacerdote não faça uso do óleo em bênção de doentes, mas use apenas o Ritual de Bênçãos oficial da Igreja.

63 - Orar e falar em línguas: O destinatário da oração em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus. E o destinatário do falar em línguas é a comunidade. O apóstolo Paulo ensina: "Numa assembléia prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos outros, a dizer dez mil palavras em línguas" (1 Cor 14,19). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não se incentive a chamada oração em línguas e nunca se fale em línguas sem que haja interprete.

64 - Dom da profecia: Na Bíblia, profeta é o que fala em nome de Deus. Significa, pois, um evangelizador. É a comunicação de assuntos espirituais aos participantes de reuniões comunitárias, aos quais se dirigem palavras de exortação e encorajamento. "Aquele que profetiza, fala aos homens: edifica, consola, exorta" (1Cor. 14,3). É um dom para o bem da comunidade e não tem em vista adivinhações futuras.

65 - Haja grande discernimento quanto ao dom da profecia, eliminando qualquer dependência mágica e até supersticiosa.

66 - Em Assembléias, grupos de oração, retiros e outras reuniões evite-se a prática do assim chamado "repouso no Espírito". Essa prática exige maior aprofundamento, estudo e discernimento.

67 - Poder do mal e exorcismo: Cristo venceu o demônio e todo o espírito do mal. Nem tudo se pode atribuir ao demônio, esquecendo-se o jogo das causas segundas e outros fatores psicológicos e até patológicos.

68 - Quanto ao "poder do mal", não se exagere a sua importância. E não se presuma ter o poder de "expulsar" demônios. O exorcismo só pode ser exercido de acordo com o que estabelece o código de Direito canônico (Cân. 1172). Por isso, seja afastada a prática, onde houver, do Exorcismo exercido por conta própria.

69 - Procure-se ainda formar adequadamente as lideranças e os membros da RCC para superar uma preocupação exagerada com o demônio, que cria ou reforça uma mentalidade feitichista, infelizmente presente em muitos ambientes.

CONCLUSÃO

70 - As orientações aqui oferecidas são expressão da solicitude pastoral com que o episcopado brasileiro acompanha a RCC seu carisma próprio dentro do legítimo pluralismo, mas também mostrando sua preocupação com desvios ocorridos, que são prejudiciais para a RCC e para toda a Igreja.

71 - Seja este um ponto de partida para uma nova e mais fecunda etapa em que a RCC há de buscar sua maior integração nas Igrejas Particulares, em conformidade com as Diretrizes da CNBB na fidelidade à missão da Igreja.

72 - Pedimos a Deus que abençoe os membros da RCC e a todos que se empenham, nos dias de hoje, com humildade e confiança a viver a vocação à santidade e o compromisso missionário. Maria, Mãe da Igreja, interceda para que todos, no seguimento de Jesus Cristo, aspirando aos diversos dons do Espírito, procurem sempre o amor que permanece (1Cor. 14,1)

Vaticano vai investigar possível milagre em Uberlândia, MG



Um enfermeiro teria saido de coma graças à beata italiana Elena Guerra.
'As documentações serão examinadas', disse representante do Vaticano.


Paulo saiu do coma depois de 29 dias (Foto: Reprodução/TV Integração)Paulo saiu do coma depois de 25 dias e
surpreendeu (Foto: Reprodução/TV Integração)
Um possível milagre será investigado em Uberlândia por um representante do Vaticano. A beata italiana Elena Guerra teria curado um enfermeiro que ficou em coma por quase um mês após cair de uma árvore. Falta apenas o reconhecimento de um milagre para ela ser considerada santa e o processo deve ser concluído até 2014.
A história chamou a atenção da igreja católica que luta pela canonização da beata e o representante do Vaticano, Abade Ugo Tagni, foi a Uberlândia pesquisar sobre o caso. "As documentações serão examinadas para ver se é um milagre verdadeiro. Vamos começar em Uberlândia uma investigação para confirmá-lo", explicou.
O enfermeiro Paulo Gontijo de Oliveira sofreu um acidente que o deixou em como por vários dias. “Eu resolvi podar uma árvore e estava faltando um último galho quando eu senti ele escapulir e eu cai de cabeça para baixo", contou.
A esposa de Pulo, Maria Roseli Ribeiro, lembrou que os médicos não davam nenhuma esperança e que o momomento difícil foi sustentado pela fé. “Minhas irmãs e amigos fizeram uma novena pedindo a intercessão da beata Elena e foi com muita intensidade, o tempo todo" disse.
Paulo saiu do coma depois de 25 dias. A situação surpreendeu os médicos, familiares, amigos e, para o enfermeiro, a recuperação dele foi além da medicina. "Tenho certeza que Deus não ia deixar eu morrer", contou.
Para Roseli, todos estes acontecimentos têm a ver com a trajetória da beata. "Tudo na vida da beata aconteceu no mês de abril.  A morte dela foi neste mês e, no dia 30 de abril de 1930, foi a abertura do processo informativo para beatificação. E na mesma data de 2010 Paulo recebeu alta da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)", disse.
  Segundo o padre Eduardo Braga, Elena Guerra é chamada de apóstola do Espírito Santo e, na Paróquia de Santa Mônica, a devoção à beata começou no ano passado. Desde então, uma missa pela canonização dela é celebrada. Agora, um oratório em homenagem foi contruído no local. "Esse é o primeiro lugar dedicado à beata Elena Guerra no Brasil e, possivelmente, no mundo", disse.

tirado do site G1

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Formação Básica Módulo 1 Parte I

Iniciamos dia 15/04/2012 a Formação Básica da RCC, a formação básica surgiu da necessidade de formar os membros de caminhada, para fortalecer o conhecimento e aprofundamento do magistério da Igreja, conhecer a base teológica do movimento RCC. Neste primeiro Encontro tivemos como ensinos:
1º A IDENTIDADE DA RCC ministrada por Elenilson Coordenador do Grupo de Oração Jesus o Bom Pastor
2º OFENSIVA NACIONAL  ministrada por Aslan Filho Coordenador Diocesano  do Ministério de Formação
3º A ESPIRITUALIDADE DA RCC ministrada por Jairo Coordenador do Grupo de Oração Vida Nova

Contamos com a presença de aproxiamdamente 70 pessoas de vários grupos de Oração da Diocese.

Em breve postaremos as fotos e parte do conteúdo.

A paz de Cristo.

Formação Aplicada no Grupo de Oração Chamas Vivas- cidade de Rodriguês Alves

Dia, 25 de março de 2012 tivemos a alegria de ministrar a formação inicial ao grupo Chamas Vivas.Saímos em uma pequena caravana as 07:30 de Cruzeiro do Sul, a caravana estava composta por Carlinhos - Coordenador Diocesano, Clea Mello secretaria Diocesana, Mazinho Coordenador Diocesano do Ministério de Pregação, Elenilson Coordenador do Grupo de Oração Jesus o Bom Pastor, Vilmar Conselho Fiscal, Fátima Mello Coordenadora Diocesana do Ministério Jovem e Aslan Filho Coordenador Diocesano do ministério de Foemação.
O grupo tem muitos jovens, tem uma grande motivação pelo Sacerdote Clesildo e pela irmãs Domicanas. Lá podemos experimentar do cuidado e amor que Deus tem por aquele povo, que vive a primeira experiência da Rcc Diocese de Cruzeiro do Sul, a 20 anos atrás.
Passamos o Domingo em Oração, formações, e no final realizamos um momneto de efusão cllamando o Batismo no Espiríto Santo.


sábado, 14 de abril de 2012

Páscoa: da Sua vida para a nossa vida


Por Salvatore Martinez, presidente do Conselho Nacional e do Comitê Nacional de Serviço da Renovação Carismática Católica da Itália


A Páscoa é tanto a morte como a ressurreição de Jesus. Cristo destruiu a morte, triunfou sobre o inimigo, pisoteou o inferno, acorrentou os poderosos e levantou o homem. O céu finalmente se abriu e foi dado aos homens.
Jesus é o nosso resgate, a recompensa prometida mais "alta" que existe: o reino dos céus.
Agora, para comemorar a Páscoa com autenticidade de fé e de compromisso, devemos reconhecer a obra de Jesus: "Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado" (1 Cor 5, 7b).
São Paulo exortava a comunidade coríntia a "celebrar a festa com sinceridade e verdade" (cf. 1 Cor 5, 8). Não há maneira de honrar a Cristo, ao seu corpo e sangue oferecidos pela nossa salvação, se não deixando que a verdade do Evangelho de Jesus entre em nossa vida: só assim morremos para nós mesmos e ressuscitamos nele.
Eis a Páscoa, a passagem do Senhor pela nossa vida, que somos convidados a celebrar. A Páscoa que começa com a ressurreição de Jesus deve continuar nas nossas vidas. Sua passagem não é apenas "da morte para a vida", mas "da Sua vida para a nossa vida": é assim que a Páscoa cruza os limites da história e acontece para cada homem.
Jesus quer renovar a sua Páscoa em nós: estar incessantemente em todos os pensamentos, em todas as palavras e em todas as obras da nossa vida. Por isso é que somos convidados a viver a Páscoa com "sinceridade": estamos nos aprestando a deixá-lo entrar em nossa vida terrena para nos conduzir até a vida celestial? Em nossas orações expressamos o desejo sincero de viver intimamente unidos a Ele?
São Paulo diz: "Se fostes ressuscitados com Cristo [...] estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus" (Col 3, 1a.3). E ainda: "Com ele também fomos ressuscitados e assentados no céu, em Cristo Jesus" (Ef 2, 6).
Esta notícia acrescenta que tipo de entusiasmo aos dias cansados das nossas vidas? Com que convicção faremos da nossa vida um contínuo "tempo pascal"?
Há um escrito de Santo Agostinho que nos vem ao socorro: "Não só não devemos sentir vergonha pela morte de Deus, nosso Senhor, como temos ainda que tirar dela a máxima confiança e orgulho. Ao receber de nós a morte que encontrou em nós, ele fielmente prometeu nos dar a vida nele, a vida que não poderíamos ter por nós mesmos. Como não haveria de nos a justiça, ele que nos justifica e nos desculpa? Como não daria aos justos a sua recompensa, ele que é fiel às suas promessas?" (Sermão 218/C, sobre a Paixão do Senhor).
Páscoa: "graça" aos homens","glória" a Deus
Se Cristo ressuscitou, de que devemos ter medo? O que não deve esperar da graça divina o coração de quem acredita?
Como são grandes as promessas do Senhor! E como somos frágeis nós e as crenças com que alimentamos todo dia a nossa fé!
Jesus ofereceu a sua morte por nós: como e por que duvidar de que aos crentes ele também dará a sua vida?
A maior fraqueza humana sempre foi a desistência de acreditar que virá um dia em que os homens viverão com Deus e de Deus. Muitos perguntam: será mesmo possível, e, acima de tudo, estarei entre eles? Mas Jesus, em seu discurso de despedida, aponta justamente esta "novidade", entregando-a para todos os discípulos na forma de oração ao Pai: "Pai, eu quero que aqueles que me deste estejam comigo onde eu estou, para verem minha glória, a glória que me deste" (Jo 17, 24a).
A glória de Deus não tem limites
Ela não se mostra de acordo com os nossos méritos, mas para tornar acesa permanentemente no mundo a luz pascal e o poder da luz sobre as trevas do mal. Não em abstrato, mas na nossa vida, para nos tornar esplendor da Páscoa, parte da glória de Cristo a ser participada a cada homem.
Um dos primeiros padres da igreja, Irineu de Lion, bem nos explica: "Seguir o Salvador é participar da salvação. Seguir a luz é desfrutar da luz. Quem de nós está na luz não a ilumina, mas é por ela iluminado; nada por si mesmo dá ele à luz, mas só recebe dela o benefício de ser iluminado. Assim o homem: nada dá ele a Deus, porque Deus não precisa de obséquio humano, mas quem segue a Deus e o serve recebe a vida de Deus, imortalidade e glória eterna" (Contra as Heresias).
A Páscoa se perpetua assim em todos os tempos: assim a glória de Deus preenche o universo. Quem oferece este milagre? O Espírito Santo! São Pedro nos lembra: "Sobre vós repousa o Espírito da glória" (cf. 1 Pd, 4, 14).
É o Espírito que nos faz levantar o olhar para antecipar nas orações o canto da glória de Deus, a glória do céu que há de vir. É o espírito que nos inspira um modo de vida "glorioso", completo, ordenado, feliz, próprio de quem deixou Cristo descansar na sua vida. Se ele repousa em nós, nossa vida está segura! Se ele repousa em nós, não caímos em sono, pois vivemos nele e dele: tudo volta à vida, tudo produz vida, tudo leva à vida!
Assim a Páscoa refloresce; assim Deus não morre.

Dúvidas frequentes sobre o Ministério de Intercessão


Neste mês vamos procurar responder algumas perguntas que normalmente nos são formuladas pelos intercessores. Pretendemos ajudar na elucidação destas dúvidas para que a intercessão realizada nos Grupos de Oração aconteça de forma correta para que possamos atingir os objetivos do Ministério de Intercessão.
1. Como formar a equipe de intercessão?
Para que uma pessoa faça parte da equipe de intercessão deverá passar pelas seguintes fases:
a) Participar de um Seminário de Vida no Espírito Santo.
b) Participar ativamente de um Grupo de Oração.
c) Ser convidada pela coordenação do Grupo de Oração para participar do Ministério de Intercessão.
d) Concluir as formações no Grupo de Perseverança.
e) Concluir a formação básica da RCC (Módulo Básico – antiga Escola Paulo Apóstolo).
f) Concluir a formação específica do Ministério de Intercessão.
g) Participar dos Sacramentos (Confissão e Eucaristia).
- O intercessor poderá participar das formações específicas do Ministério de Intercessão em paralelo com a formação básica da RCC.
- Deve-se evitar convidar pessoas para o Ministério de Intercessão que não apresentem verdadeira aptidão para ser um intercessor. Para isso, a coordenação do Grupo de Oração deve discernir juntamente com o futuro intercessor se existe de fato elementos na vida desta pessoa que justifique este chamado.
2. Por que o local da intercessão deve ser exclusivo aos intercessores?
O local onde acontece a intercessão deve ser restrito aos intercessores para se garantir privacidade para a equipe. Durante o período em que os intercessores estão intercedendo é importante que não haja dispersão a fim de que os intercessores possam se concentrar na oração. Para isso é importante que o local da intercessão (no Grupo de Oração ou nos eventos) seja escolhido com o critério de não haver circulação de pessoas ou mesmo atendimento de pessoas para oração. Este local pode ser uma capela onde haja o sacrário ou, se esta capela não oferecer a privacidade necessária, ou seja, for um local de frequente circulação de pessoas, outro local deve ser utilizado na paróquia ou na casa de um dos intercessores. O Santíssimo Sacramento não precisa necessariamente estar exposto durante a intercessão, porém é altamente recomendado que a intercessão aconteça diante de um sacrário com a hóstia consagrada em seu interior. No entanto, como explicado acima, deve-se obedecer ao critério do local oferecer privacidade, se não for possível, a intercessão poderá ser realizada em outro local onde não haja sacrário, mas deve ser um local digno para se realizar a intercessão.
3. O intercessor deve interceder enquanto participa da Reunião de Oração de seu Grupo de Oração?
O Ministério de Intercessão é uma das equipes de serviço do Grupo de Oração, sendo assim, todos os que dela fazem parte são participantes do mesmo Grupo de Oração onde fervorosamente louvam, vivem os carismas e ouvem a Palavra proclamada. O Intercessor é um participante assíduo do seu Grupo de Oração! Durante a Reunião de Oração, os intercessores estão dentro do grupo, participando e vivendo o Pentecostes. Todo servo na RCC, em qualquer esfera, é antes de tudo um participante do Grupo de Oração. Todos os ministérios/serviços nascem e são caracterizados pelo exercício continuado dos carismas no Grupo de Oração. Portanto, todos devem participar permanentemente dele (cf. At 2,42-47). A Reunião de Oração é, após a Santa Missa, a principal fonte de abastecimento espiritual para todos os servos e, portanto, do intercessor também. Por isso, o intercessor deve estar livre para participar da Reunião de Oração. O ideal é que o intercessor não esteja preocupado em interceder neste momento, porque esta postura não o permitirá manter total atenção na Reunião de Oração. A intercessão para a Reunião de Oração deve acontecer durante a semana, na reunião de intercessão e durante os demais dias através da oração pessoal do intercessor.
4. O intercessor pode receber pessoas para prestar atendimento de oração durante a intercessão?
Durante a intercessão o intercessor deverá seguir a sequência da reunião de intercessão e nesta sequência não está previsto o atendimento de oração que deverá ser prestado pelo Ministério de Oração por Cura e Libertação, que possui formação para isto. O ofício do intercessor é interceder e Interceder é colocar-se no lugar de alguém; é se interpor; é mediar-se; é atuar no lugar de outro; significa representar alguém clamando por ele junto a Deus.  Interceder é investir horas na presença de Deus em fervorosa oração, em prol de alguém ou de alguma causa. Intercessão é um combate travado contra o inimigo para resgatar almas para Jesus; é trazer à luz filhos espirituais. Portanto, interceder é estar entre Deus e os homens por uma causa e isso significa abrir guerra frontal contra satanás. Desta forma não é recomendável o atendimento individual de oração por pessoas durante a intercessão no Grupo de Oração ou em eventos da RCC.
5. Como proceder com a caixinha de pedidos de oração?
Ao orar pelas intenções da caixinha, deve-se deixar o Espírito Santo inspirar a oração, pedindo dons de revelação impondo-se as mãos sobre a caixinha, e nunca ler os pedidos. Após um período os papeis da caixinha devem ser queimados e, para isso, uma celebração com a participação das pessoas que frequentam a Reunião de Oração poderia ser preparada especialmente para este fim. Para manter o sigilo dos pedidos deve-se providenciar uma forma de lacrar a caixinha e a mesma deve ser guardada em lugar seguro na igreja ou na casa de algum intercessor escolhido pelo coordenador do Grupo de Oração. A caixinha deve sempre estar disponível em local bem visível na Reunião de Oração para que as pessoas depositem suas intenções. É importante que a caixinha seja levada em todas as reuniões de intercessão e o quanto possível na celebração das Santas Missas depositando-a próximo ao altar com a permissão prévia do pároco.
6. O que fazer quando o intercessor não participa com regularidade da intercessão ou do Grupo de Oração?
É imprescindível a presença do intercessor nas reuniões do Grupo de Oração, tanto quanto no dia da reunião da intercessão. O dia e a hora do grupo de intercessão devem ser respeitados e levados a sério. A intercessão é um ministério que deve ser exercido no dia-a-dia do intercessor, a pessoa continua a interceder mesmo fora das reuniões, em sua vida diária, em meio aos afazeres (podemos orar em línguas no nosso íntimo bem como a oração do nome de Jesus).  Se uma pessoa, mesmo sendo boa intercessora, tem dificuldades em frequentar a reunião do Grupo de Oração e a reunião da intercessão, ela não deve atuar no Ministério de Intercessão. Naturalmente que doenças, viagens, prioridades de estado (família, estudos etc.) fazem parte da vida dos intercessores, acarretando por vezes ausências que não podem ser vistas como infidelidade à aliança. Contudo, se se fizer necessária uma ausência prolongada, o intercessor deverá pedir licença da equipe. Nesses casos é importante buscar auxílio para o discernimento tanto para o afastamento quanto para o retorno.
7. Quantas pessoas devem fazer parte da equipe de intercessão?
A quantidade de intercessores em uma equipe de intercessão deve ser o suficiente para que seja possível evitar que eventuais desfalques da equipe impeçam que haja a reunião. Recomendamos que a equipe seja formada com no mínimo seis e no máximo 12 intercessores. No entanto, se um Grupo de Oração que ainda não possui um número de servos suficiente, a equipe poderá ser formada com um número inferior a seis intercessores, porém, é necessário que se procure formas de aumentar o número de servos no Grupo de Oração a fim de que a equipe de intercessão seja formada ao menos com o número mínimo de intercessores sugerido.
Considerações finais:
Sabemos que outras situações que não foram aqui abordadas poderão ocorrer ou estão ocorrendo na equipe. Por isso, orientamos que os intercessores peçam na oração o auxílio do Espírito Santo e procurem, juntamente com a coordenação do Grupo de Oração, resolver os conflitos com discernimento e caridade, buscando sempre a melhor solução. No entanto, é fundamental a todos nós o entendimento de que a nossa intercessão, quando realizada com maturidade, forma um “cinturão”, uma “muralha” de proteção para toda a RCC e, por isso, é necessário que o exercício do nosso ministério seja realizado com muita responsabilidade e com alto nível de comprometimento. A intercessão é a última instância de proteção contra o inimigo e contra os nossos erros e pecados, por isso, o intercessor não pode deixar brechas e nem vacilar. É necessário estar vigilante em tempo integral.
Que Nossa Senhora, a primeira intercessora, nos ajude no cumprimento do nosso ministério.
Núcleo nacional do Ministério de Intercessão da RCCBRASIL

INTENÇÕES PARA ESTE MÊS
Pedimos para que, nestes meses que antecedem o ENCONTRO MUNDIAL DE JOVENS DA RCC e o XXX CONGRESSO NACIONAL DA RCCBRASIL, a nossa intercessão esteja prioritariamente dirigida a estes eventos. Portanto, antes das demais intenções do mês, sugerimos as seguintes:
a) PELO XXX CONGRESSO NACIONAL e I ENCONTRO MUNDIAL DE JOVENS DA RCC.
b)PELOS PREGADORES DESTES EVENTOS, A FIM DE QUE SEJAM ILUMINADOS PELO ESPÍRITO SANTO DE DEUS.
c) PELOS ORGANIZADRES DESTES EVENTOS, PARA QUE RECEBAM DO SENHOR SABEDORIA E DISPOSIÇÃO INTERIOR PARA O EXERCÍCIO DESTA MISSÃO.
d) PELAS EQUIPES DE SERVIÇO QUE ATUARÃO NESTES EVENTOS, PARA QUE HAJA HARMONIA, PAZ E ESPÍRITO DE COMUNHÃO ENTRE TODOS.
e) POR TODOS OS PARTICIPANTES DOS EVENTOS, PARA QUE O SENHOR OS PROTEJA EM SUAS VIAGENS DE VINDA E DE RETORNO E QUE RECEBAM EM SUAS VIDAS TUDO AQUILO QUE DEUS TEM PREPARADO.
f) PELOS RECURSOS FINANCEIROS, NECESSÁRIOS PARA A REALIZAÇÃO DESTES EVENTOS. PARA QUE O SENHOR, PELA INTERCESSÃO DA VIRGEM MARIA, CONCEDA TODO O NECESSÁRIO.

DEMAIS INTENÇÕES
1. Pelo Santo Padre, o Papa Bento XVI, pelos bispos, sacerdotes, diáconos e religiosos (as).
2. Pelos seminaristas. Para que neste período de formação sintam seu chamado confirmado.
3. Pelo Presidente Nacional da Renovação Carismática Católica, Marcos Volcan, e pela sua família.
4. Pelos Grupos de Oração da RCC no Brasil e pelos seus coordenadores e servos.
5. Pelo coordenador diocesano e estadual da RCC em cada diocese e estado do Brasil.
6. Pela unidade da RCC em todo Brasil, estados, Grupos de Oração, equipes de serviço e todas as diversas expressões carismáticas.
7. Pelo Serviço Internacional da RCC (ICCRS) prestado por seus membros e pelo Conselho Latino-Americano (CONCCLAT), para que o Espírito Santo dirija os projetos e orientações do nosso movimento.
8. Pelos Programas de TV da RCC: Celebrando Pentecostes, na Canção Nova, e Renovação em Ação, na Século 21. Pelo Portal da RCC na Internet.
9. Pelos nossos projetos de evangelização, entre eles: Semanas Missionárias e Casas de Missão (Breves, Afuá, Canas e Pelotas).
10. Por todos os colaboradores dos projetos da Construção da Sede Nacional e Semeando a Cultura de Pentecostes.
11. Pela construção de nossa Sede Nacional.
12. Pelos funcionários e pelas necessidades do Escritório Nacional da RCCBRASIL.
13. Para que cada membro da RCCBRASIL se abra à moção da Reconstrução de sua vida espiritual e de sua identidade.
14. Pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que objetivem os valores cristãos e respeito à vida desde sua concepção nas tomadas de decisões

Bebês anencefálicos podem ser abortados?


O tema representa um sério desafio atual, a ser abordado com serenidade e objetividade, tendo em conta critérios antropológicos e éticos gerais, e também os referenciais do ordenamento jurídico brasileiro, a começar da própria Constituição Nacional. O Supremo Tribunal Federal deverá pronunciar-se sobre a “legalidade” do abortamento de fetos, ou bebês acometidos por essa grave deficiência, que não lhes permitirá viver por muito tempo fora do seio materno, se chegarem a nascer.
A partir da minha missão de bispo da Igreja e cidadão brasileiro, sinto-me no dever de manifestar minha posição e de dizer uma palavra que possa ajudar no discernimento diante da questão. A decisão tem evidentes implicações éticas e morais; desejo concentrar minha reflexão sobre alguns desafios muito específicos, que se referem à dignidade da pessoa e da vida humana.
Em relação aos anencéfalos, existe o pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde para que o Supremo Tribunal Federal reconheça e estabeleça a legalidade da “antecipação terapêutica do parto” desses bebês, com forte pressão de grupos favoráveis ao aborto. No calor de muita emoção, podem não ser adequadamente percebidos os examinados argumentos falaciosos, que acabam por se tornar decisivos.
Os principais argumentos alegados a favor do aborto, nesse caso, são os seguintes:
a) Tratar-se-ia de “vidas inviáveis” fora do útero materno; uma vez que os anencéfalos não sobrevivem por muito tempo fora do seio materno, para que manter semelhante gravidez e levá-la até o fim?
b) A gravidez de um anencéfalo representaria, para a mãe, um sofrimento insuportável, uma verdadeira “tortura”, que degradaria a dignidade da mulher;
   
c) Tratando-se de uma “anomalia”, o ser daí resultante seria indefinível, um “não-ser”, um “não-humano”; portanto, em relação a ele não entrariam em questão os argumentos do respeito à vida e à  dignidade humana;
   
d) Toda a atenção deveria ser dada à mãe, nesses casos, o único sujeito de direitos e de dignidade, a ser tutelado e protegido pela lei;
   
e) Os bebês anencéfalos seriam “natimortos”, pois a ausência parcial ou total do cérebro equivaleria à morte cerebral; para que manter tal gravidez? Por isso mesmo, os bebês acometidos por essa anomalia,  que chegam a nascer, podem ser colocados na mesma condição dos adultos que estão com “morte cerebral” e seus órgãos poderiam ser retirados e doados.
   
f) O Brasil é um dos países que têm a maior incidência de anencefalia; seria necessário baixar este triste quadro.
Como se pode perceber facilmente, esses argumentos mereceriam ser examinados profundamente por peritos da área médica, do direito e da ética. De qualquer modo, as implicações morais são graves e não podem ser simplesmente resolvidas na emoção de um debate na opinião pública, ou a partir dos resultados de pesquisas de opinião, o que pode ser uma fácil tentação.
Os principais argumentos empregados pela CNBB são os seguintes:
a) O anencéfalo, malgrado a sua condição, é um ser humano vivo; por isso, ele merece todo o respeito devido a qualquer ser humano; ainda mais, por se tratar de um ser humano extremamente fragilizado; a sociedade, por meio de suas Instituições, deve tutelar o respeito pleno à sua frágil vida e à sua dignidade.
   
b) O sofrimento da mãe é compreensível e deve ser levado plenamente a sério; mas não pode ser argumento suficiente para suprimir a vida de um bebê com anomalia. Se o sofrimento da mãe, ainda que grande, fosse considerado argumento válido para provocar um aborto, estaria sendo aprovado o princípio segundo o qual pode ser tirada a vida de um ser humano que causa sofrimento grave a um outro ser humano. Não só em caso de aborto...
   
c) O sofrimento da mãe, que é pessoa adulta, pode e deve ser mitigado de muitas maneiras, quer pela medicina, pela psicologia, pela religião e pela solidariedade social; além disso, trata-se de um sofrimento circunscrito no tempo, que pode mesmo dignificar a mulher que o aceita, em vista do filho; mas a vida de um bebê, uma vez suprimida, não pode ser recuperada; e o sofrimento moral decorrente de um aborto provocado pode durar uma vida inteira. Além do mais, o sofrimento da mãe e o respeito à vida e à dignidade do filho são duas realidades de grandezas e pesos muito diversos e não podem ser, simplesmente, colocados no mesmo nível; o benefício do alívio de um sofrimento não pode ser equiparado ao dano de uma vida humana suprimida.
   
d) É preconceituoso e fora de propósito afirmar que a dignidade da mãe é aviltada pela geração de um filho com anomalia; tal argumentação pode suscitar, ou aprofundar um preconceito cultural contra mulheres que geram um filho com alguma anomalia ou deficiência; isso sim seria uma verdadeira agressão à dignidade da mulher.
   
e) O valor da vida humana não decorre da duração dessa mesma vida, ou do grau de satisfação que ela possa trazer aos outros, ou a ela própria. O ser humano é respeitável sempre, por ele mesmo; por isso, sua dignidade e seu direito à vida é intocável.
   
f) O cerne de toda a questão está nisso: os anencéfalos são “seres humanos”? São “seres humanos vivos”? Apesar dos argumentos contrários, não há como colocar em dúvida a resposta afirmativa às duas perguntas. Portanto, daí decorre, como consequência, que ele deve ser tratado como “ser humano vivo”.
   
g) Permanece, de toda maneira, válido que só Deus é senhor da vida e não cabe ao homem eliminar seu semelhante, dando-lhe a morte; nem mesmo aqueles seres humanos que não satisfazem aos padrões estéticos, culturais, ou de “qualidade de vida” estabelecidos pela sociedade ou pelas ideologias. A vida humana deve ser acolhida, sem pré-condições; não somos nós que damos origem a ela, mas ela é sempre um dom gratuito. Não é belo, não é digno, não é ético, diante da vida humana frágil, fazer recurso à violência, ou valer-se do poder dos fortes e saudáveis para dar-lhe o fim, negando-lhe aquele pouco de vida que a natureza lhe concedeu. Digno da condição humana, nesses casos, é desdobrar-se em cuidados e dar largas à solidariedade e à compaixão, para acolhê-la e tratá-la com cuidado, até que seu fim natural aconteça.

Pelo cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer
Fonte: CNBB e Arquidiocese de São Paulo

“Apascenta as minhas ovelhas...” (Jo 21, 17)

Quando olhamos para a história da Renovação Carismática Católica do Brasil-RCC percebemos
que toda sua trajetória fora delineada a partir da escuta ao Espírito Santo. Somos um
movimento de escuta profética, que constantemente se reúne para perguntar: “O que queres
Senhor?”.
E não temos ficado sem resposta. Prova disso são os temas nacionais e projetos que, por sermos
obedientes à voz do Espírito e os colocarmos em prática, geraram unidade no âmbito interno da
RCC.
Com maior visibilidade nos últimos tempos, o fruto da escuta carismática se difunde no Brasil
unindo toda a RCC em torno daquilo que Deus tem nos falado. Aleluia, glória a Deus! Que todos
sejam um.
Não faremos aqui uma retrospectiva destas moções, mas certamente você já as conhece porque
elas tem sido amplamente disseminadas entre nós. Mas se há desconhecimento ainda sobre o
que aqui se discorre, basta acessar o portal da RCCBRASIL ou ainda ter em mãos uma das
revistas RENOVAÇÃO para inteirar-se sobre.
Lembraremos especificamente a do ano de 2011 “Por causa da Tua Palavra lançaremos as
redes” (cf. Lc 5,5), onde o Senhor convidara-nos a lançar as redes em águas mais profundas
(faze-te ao largo). O sentido missionário ganhou novo impulso e, mediante a pescaria abundante
que se acena, vem uma interrogação: “o Senhor vai encher as redes após serem lançadas, e como
cuidar destes para que não se percam?”
Em 2012 será tempo de apascentar as ovelhas do Senhor. Procurar as perdidas e curar-lhes as
feridas. Restabelecer o vigor das que se mantiveram no aprisco. Pastorear as novas. É mais um
grande desafio. Não queremos perder mais esta oportunidade de, com esta moção,
continuarmos a ser “um só coração e uma só alma”. Não queremos deixar passar esta ocasião de
continuarmos obedientes à voz do Senhor!
Conselho Nacional RCC BRASIL